terça-feira, 12 de abril de 2011

Xamanismo, Bruxaria, Magia - 8ª parte

 


Dando seqüência a nossa abordagem desses temas hoje vamos falar sobre como estes caminhos abordam a VIDA. Sempre lembrando que os termos Magia, Xamanismo e Bruxaria são vastos e tem muitas linhagens que os usam, estamos falando aqui de um tipo específico de Magia, Xamanismo e Bruxaria. Para estes caminhos que estamos estudando, a Vida é sagrada, assim não existe aqui a idéia que o "corpo" é "prisão" do espírito, muito menos que este mundo é um mundo de "provação" , com isto fica também fora o tema do "pecado", da "culpa".

Viver é sagrado, estar vivo é sacro, cada momento é divino, assim não temos um plano “espiritual”, “superior”, e um plano "carnal", "material", "inferior", para nós estas são divisões falsas que falseiam o que tocam.

Vivemos numa vastidão de muitas dimensões, como uma cebola, vivemos numa realidade de muitas camadas, mas cada camada tem suas próprias características, assim não temos "planos superiores" e "planos inferiores", temos planos de realidade, temos energia.

Para tais caminhos a Vida é uma aventura incrível, misteriosa, a ser celebrada a cada instante, tudo que está a nossa volta é prá ser usufruído, com equilíbrio, com bom senso, com o foco que tudo é VIDA e não coisas, assim sendo a postura perante a Vida e a Existência da Magia, do Xamanismo e da Bruxaria é completamente diferente de grande parte dos esoterismos (esquisoterismos) que estão por aí e que pregam a "superação" desse mundo, que tem por meta ir para algum plano "espiritual".

A forma de sentir e estar no mundo do Xamanismo, da Bruxaria e da Magia já foi a forma das pessoas em geral, quando a vida era celebrada, quando cada lugar da natureza era vivo e sagrado, as montanhas, os rios, as cachoeiras, os animais, mas este modo de ser uno(a) com o mundo foi se perdendo, primeiro pelas religiões que criaram deuses fora desta realidade, deuses fora da natureza, acima dela, desconectados dela, deuses julgadores, deuses aos quais se implora, aos quais se suborna através de seus sacerdotes.

A revolução industrial que terminou de "coisificar" tudo e todos, dentro de uma perspectiva da Bruxaria, da Magia e do Xamanismo nunca teria ocorrido como ocorreu, levando o mundo a esse caos ecológico no qual estamos.

Isto é muito interessante de abordar, a "ciência" resultante da Bruxaria , da Magia e do Xamanismo é uma ciência branda, ecológica e ao mesmo tempo com possibilidades muito mais amplas que a ciência pesada, agressiva e coisificadora que a civilização industrial desenvolveu.

A Ciência oficial criou o mito que ela é a única forma de investigar a realidade. Ledo engano, sempre existiram outros caminhos.

Precisamos lembrar que a alquimia não é a avó caduca da química, a astrologia não é a tia avó esquizofrênica da Astronomia.

São "ciências mãe", abordagens complexas e completas da natureza a partir de outros pontos de validação, de outras realidades perceptivas.

Os astrônomos ficam insistindo que a "gravidade" de tal ou qual planeta não apresenta efeitos significativos para isso ou aquilo, mas quem tá falando de gravidade?

A ciência oficial tem essa arrogância, quer limitar tudo aos seus paradigmas, como tenta fazer com a acupuntura. O fato da acupuntura funcionar leva cientistas a elaborarem teorias das mais forçadas, quando não precisa nada disso, a acupuntura já tem suas explicações, geradas há milhares de anos.

A Astrologia tem outra leitura, está lendo outro nível de energia que os planetas emanam, que resultam em efeitos reais, embora o instrumental da astronomia não possa captar tais energias.

A Alquimia foi muito deturpada, especialmente pela idéia do ouro, que muitos ocultistas, como São Germano , Cagliostro e outros fizeram veicular para justificar o soldo em ouro que recebiam como agentes de coroas e governos para espionar outros. Quem estuda alquimia sabe que o Ferro é o elemento chave e que o tal "gerar ouro" é quando muito um simbolismo para o trabalho interior, não que não seja possível gerar ouro, não é isto, mas esta não é a meta da Alquimia. Isto deturpou a alquimia que é complexa ciência mãe, só agora com a quântica a mente civilizada se encontra em condições de "começar" a compreender tal complexa ciência.

Portanto as tradições dos povos têm sua abordagem e seu valor e não são "antepassadas pueris" que agora foram explicadas e superadas pela "evoluída" ciência contemporânea.

Temos que prestar bastante atenção nisso, existem ramos do Xamanismo, da Magia e da Bruxaria que realmente emanam da aurora dos tempos, que têm sido transmitidos de boca para ouvido e aí estão, como tradições vivas que podem nos auxiliar no desafio da Vida, do estar vivo e do descobrir a nós mesmos.

Mas existem ramos da Magia, do Xamanismo e da Bruxaria que foram "adaptados" por pessoas que fizeram leituras superficiais do tema, que não foram de fato iniciadas, que apenas se aproximaram do tema, imitaram a forma sem entender o conteúdo. Há ramos da Magia, Xamanismo e Bruxaria que se pretendem ancestrais mas pela sintaxe das colocações, pela forma que o conhecimento é apresentado a gente logo vê que é uma leitura de pessoas desta época de coisas que "ouviram" ou "pegaram pedaços".

Por isso estudar tais campos é compreender que são Caminhos e existe uma diferença entre estudar um caminho e trilhar um caminho. Trilhar um caminho é ser cada vez mais uno com ele, por isso a Magia, a Bruxaria, o Xamanismo provocam mudanças profundas, pois nos tornam outras pessoas, nos dão acesso a outras realidades. Este é um tema importante, vamos voltar nele na próxima semana.

Nuvem que passa
Extraído do Pistas do Caminho

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