terça-feira, 12 de abril de 2011

Magia Divina: Urbana e Contemporânea - Por Alexandre Cumino




Costuma-se dizer que o homem primitivo atribuía poderes mágicos ao que não conseguia compreender, que ele considerava a chuva e o trovão obra exclusiva da vontade dos Deuses. E que acreditava no poder que lhe conferiam símbolos e talismãs, que podiam ser desde a casca de uma árvore, um pedaço de pedra ou um risco indecifrável que lhe representa-se algo. Estes “elementos” foram chamados “fetiche” e sua religião-mágica chamada de “fetichismo” por fundamentar-se no poder dos “fetiches”. Por crer que tudo tinha uma alma (anima), um espírito, por conversar com as pedras, plantas, rios, céu, trovão... a fé “primitiva” foi chamada de “animismo” uma forma de “panteísmo”, na qual “tudo é Deus ou deuses”.

O precursor da sociologia, Augusto Conte, em meio ao iluminismo criou o positivismo, uma ideologia que afirmava o atraso cultural e humano da magia em relação á religião e desta em relação á ciência. Assim o mundo moderno declarou a ignorância em praticar magia e que a ciência responderia todas os questionamentos da fé, substituindo a religião.

Os primeiros sociólogos, seguindo o exemplo de Émile Durkheim, se debruçaram sobre estas idéias buscando no “animismo”, “fetichismo”, “totemismo” e “magia” as origens primitivas da religião e magia praticados pelos povos mais atrasados.

As Religiões oficiais, pegaram carona nas teorias positivistas, fazendo um adendo: “religião é bom, magia é ruim”; “religião como algo atemporal e magia como algo atrasado”. As grandes instituições religiosas, principalmente a Igreja Católica, afirmava ter o monopólio do sagrado, Deus não estava mais em nenhum outro lugar que não fosse na Igreja, o que jogava ao “Inferno Católico” todas as outras religiões e praticas espirituais, religiosas e mágicas.

As fogueiras foram armadas e homens e mulheres queimados vivos pela Santa Inquisição que entre milhares de inocentes levou o Frei Gabriel de Malagrida por haver previsto o terremoto de Lisboa e ao Grão Mestre da Ordem dos Templários, Jacques de Molay, junto de outros cavaleiros á morte terrível por interesses políticos. Milhares acusados de “bruxaria”, pelos motivos os mais diversos, pois uma verruga no nariz poderia ser considerada o “sinal do diabo” e prova para justificar a fogueira.

Do conceito “cientifico” de ignorância ás manipulação do poder “religioso” institucional (temporal-secular), há milênios nos fazem crer que Magia seja algo negativo, aplicando tom pejorativo ao apontar o dedo a quem pratica uma das mais diversas formas de magia. De tanto repetir esta mentira, de que magia seja algo negativo, malévolo ou ignorância de povos primitivos, que se repete nas mãos de pessoas supersticiosas, “ignorantes modernos”; muitas pessoas mal informadas ainda hoje desconhecem o que seja ou alimentam um preconceito com relação a tudo que seja magia. Alguns, destes céticos, para ironizar pedem efeitos de palco, confundindo “Magia” com “mágica”, que tem objetivos diametralmente opostos. Algumas correntes religiosas da atualidade, de novas religiões, revivem conceitos e valores da Idade Média, jogando tudo que lhe é diferente na “Fogueira”, pretendendo fazer todos os seus desafetos arderem no “fogo virtual” de seus programas de rádio e TV. Isto sim um atraso cultural, uma ignorância e miopia cultural, pois desconhecem ou ocultam  as próprias origens, de seus adeptos. Segundo o Sociólogo Max Weber uma das diferenças entre Magia e Religião está no fato de que a primeira é uma arte solitária enquanto que a segunda se dá em comunidade. O Mago pode até pertencer a uma confraria, se reunir em grupo, mas não depende do grupo para sua pratica, pois o contato com o sagrado por meio da magia é direto e não implica a presença de terceiros ou autorização de uma instituição.

Por esta razão as instituições religiosas não aceitam e não permitem as praticas de magia, pois as mesmas podem ir direto ao âmago do mistério maior, dispensando o serviço de sacerdotes e toda a estrutura doutrinal e dogmática da religião. A relação do religioso com o sagrado é passiva enquanto a relação do praticante de magia é ativa, ele manipula, invoca, evoca, determina e participa da realização mágica. E claro que aqui estamos nos referindo, mais especificamente, às praticas de Magia Divina, que se fundamentam em Deus e suas Divindades.

Não há mais em nosso Pais o Monopólio do Sagrado, o mundo contemporâneo, pós-moderno, nos mostrou que magia não é algo praticado única e exclusivamente por povos primitivos. Está além de crendice, superstição e fantasia. Entre outras definições Magia Divina é um contato direto e ativo com os Mistérios de Deus. Há muitas outras formas de Magia, inclusive “Magias Populares” como o Benzimento, “Simpatias Mágicas” como colocar um toicinho numa verruga e levá-lo a um formigueiro para que ela suma e superstições como não passar debaixo de uma escada. Geralmente os praticantes de Magia definem sua arte como uma ciência não material. Embora os primeiros “químicos” tenham sido os “Magos Alquimistas”, a grande ciência mágica está nas relações entre Mundo Material (com seus elementos), Mundo Astral (espíritos), Mundo Natural (seres naturais, elementais, encantados...) e Mundo Divino (Deus e Divindades).
A Grande Ciência, A Arte Real, está no conhecimento das relações entre estas realidades, reguladas pela Lei Maior e Justiça Divina, A Magia Divina é a Arte de Invocar Poderes e Mistérios em auxilio de nossas necessidades de acordo com nosso merecimento. O Mundo e a Realidade Mágica está a nossa disposição para agirmos como realizadores e ferramentas auxiliares, intermediários, de uma vontade maior direcionada por nossos Mestres de Magia (Guias e Mentores de Magia).

Muitas formas antigas de Magia como a Egípcia e a Celta estão sendo reelaboradas, no século passado, homens como Eliphas Levy, Papus e Gerold Gardner colaboraram para este ressurgimento. A paixão e irreverência de homens como Aleister Crowley o tornaram polemico ao fazer afirmações contundentes numa forma de viver a vida fora dos padrões politicamente corretos de nossas regras sociais. Mas não podemos nos esquecer de que poucos praticaram tanta magia quanto Moisés, de que expulsar espíritos era natural a Jesus e que Judaísmo e Islã tem sua vertente mística e mágica na “Cabala” Judaica e no “Sufismo” Árabe. As Culturas Chinesas mantiveram sua magia praticada no Taoismo, a cultura Africana é Mágica por excelência e a cultura Indiana há milênios pratica os mesmos rituais mágico-religiosos.

Há diversas formas de compreender magia, o Professor de Sociologia (USP) Antônio Flávio Pierucci afirma:
A onipresença dos gestos de magia espontânea em nossa época, as formas modernas de difusão na mídia e o consumo regular da consulta aos astros, sem falar da nova onda de profissionalização de magos e bruxas no bojo dos circuitos globalizados de terapias alternativas estilo Nova Era, definitivamente nos proíbem de continuar associando a crença na magia e sua prática aos povos primitivos, às épocas arcaicas e às camadas mais baixas da população. (A Magia, Publifolha 2001)


Embora consiga falar e escrever horas e páginas sobre o beneficio da Magia Divina, há quem pratique “Magia Negativa”, “Feitiçaria Negativa” e “Bruxaria Negativa” pois a alavanca da Magia em geral é a vontade aliada a determinação.

Quando penso em alguém que me é querido, as vezes esta pessoa me liga e eu digo “estava pensando em você”, com o passar dos anos vamos percebendo que não é obra do acaso, nossos pensamentos e sentimentos alcançam o “outro”. Da mesma forma nos sentimos incomodados, de alguma forma, quando sabemos que um desafeto está pensando em nós.

Além do simples pensamento somos alvo de “pragas”, “maldições”, “mau olhado”, “quebranto”, “inveja”, “esconjuros”, “trabalhos feitos”, “obsessões”, “demandas mentais” e outros que, com certeza, nos alcançam tanto quanto um sentimento, mas aqui potencializado pela ignorância de uma palavra, gesto e ação ritual.

Cada um tem sua proteção e merecimento, no entanto todos estamos sujeitos ao livre arbítrio nosso e alheio, por distração e falta de maturidade muitas vezes incomodamos muitos “incomodados” que não pretendem se “mudar” para outro lugar ou planeta. Muitos, desconhecem as Leis Divinas de Ação e Reação, desconhecem o que chamamos de Amor e movidos pelos sentimentos menos nobres, se entregam a sua vontade de alcançar o outro negativamente.

Somos pessoas comuns e estamos sujeitos as intempéries sociais assim como estamos sujeitos as intempéries climáticas, no entanto temos na Magia Divina um ferramenta para nos ajudar e ajudar ao próximo para sofrer menos por conta desses desencontros humanos mágicos e energéticos.

Muito simples e poderosa, é assim que defino a Magia Divina, totalmente adaptada a nossa vida Urbana e Contemporânea.

Todos podem e devem aprender e praticar Magia Divina em um ou vários de seus graus como:
Magia Divina das Sete Chamas Sagradas (Magia do Fogo)
Magia Divina das Sete Pedras Sagradas (Magia das Pedras)
Magia Divina das Sete Ervas Sagradas (Magia das Ervas)
Magia Divina dos Sete Raios Sagradas (Magia dos Raios)
Magia Divina dos Sete Gênios Sagrados (Magia dos Gênios)
Magia Divina dos Sete Dragões Sagrados (Magia dos Dragões)
Magia Divina de Exu (Magia de Exu)
Magia das Águas, Cores, Luzes, Conchas, Anjos, Espadas, Giros, Passos, Símbolos, Elementos...






 
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"Umbanda é Religião, portanto só pode fazer o BEM !!!"
Alexandre Cumino
 



 

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