quarta-feira, 3 de abril de 2013

Mito da Roda do Ano


NAMASTE!!



Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno.

Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza.

Em Candlemas, a luz cresce, o Deus nascido em Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança.

Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade.

Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo.

Chega então Litha, a Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão.

Em lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela.

Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porém o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras.

Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna à Deusa. Assim sempre foi e será!

Desejos...

Dentro de nós existe um Mundo Mágico. Este Mundo pode ser contatado através de uma antiga técnica das bruxas. A Escada Mágica. Pegue uma corda ou cordão e faça quarenta nós. Antes dormir passe os dedos pelos nós da corda e peça seu desejo. Faça isso por treze dias consecutivos.

 Todo dia sete é mágico por excelência, aproveite este dia para fazer esse ritual muito curioso. Acenda sete incensos, cada um representando um desejo: o primeiro que acabar estará representando o desejo que primeiro irá se realizar.

 Na noite do dia 14 de Dezembro faça uma lista com todos os desejos que realizou durante o Ano. Conte quantos foram, enterre um grão para cada desejo realizado e agradeça à Deusa da Magia. Peça a renovação de sua fé para que no próximo Ano muitos outros grãos do desejo possam ser plantados.

 O dia de nosso aniversário é muito especial!!! Neste dia os portais se abrem para nós e todos os desejos sonhados se realizam mais facilmente. No seu aniversário acenda três velas da mesma cor e peça às criaturas da chama que levem seu desejo aos seres de luz. Faça isso a cada Ano.

 Se você deseja ganhar um presente do Destino, é preciso presenteá-lo também. Durante uma semana pratique boas ações, fazendo a cada dia algo em benefício de alguém. Faça-o de todo coração. No final de sete dias seu presente estará lhe esperando de alguma forma, em algum lugar.

 Numa noite estrelada, se debruce confortavelmente em sua janela e fechando os olhos gire seu dedo indicador na direção do céu. Abra-os então e observe para qual estrela seu dedo aponta. Essa é sua estrela da sorte, peça a ela a realização de um desejo muito antigo. Em seguida acenda uma vela laranja em agradecimento.

 Prepare a massa de um bolo (qualquer receita) e inclua nesse preparo muita imaginação. Enquanto mexe a mistura imagine seu desejo se manifestando e adquirindo forma. Prepare com carinho e leve ao forno. Este bolo representa a realização do seu desejo, se ele crescer satisfatoriamente, esteja certo de que seu desejo está por se realizar.

 A sorte é a semente de nossos desejos. é preciso saber plantá-la. Escolha um desejo, de preferência um daqueles que você persegue há tempos. Faça então um buraco em um jardim, formule seu desejo em palavras e, para cada palavra pronunciada, jogue uma semente de flor. Depois tampe o buraco e aguarde, você terá uma agradável surpresa.

 Retire três pétalas de uma rosa vermelha e deixe-as secar. Guarde as pétalas secas debaixo do seu travesseiro por sete dias. Utilize-as como talismãs por três vezes, cada pétala representando um desejo.
 
 

Magia e Sensualidade...

Importante: Quase todos os desejos e problemas humanos encontram soluções nos feitiços. Dentro da Wicca não se faz o que chamam de Magia Negra, pois acreditamos que tudo o que fizermos voltará para nós multiplicado por três. A Magia Negra não é só aquela em que se deseja o mal para outras pessoas, ou rituais com o uso de sangue ou sacrifícios. Magia Negra também pode ser interferir no Livre Arbítrio de outras pessoas. Isso acontece muito em feitiços de amor, pois várias pessoas desejam se casar com determinada mulher, ou que o marido volte, ou que a filha deixe aquele namorado. Essas pessoas não parecem ter a menor preocupação com a vontade alheia. 
Para a tristeza das "mães bem-intencionadas", suas filhas têm o direito de escolher os seus relacionamentos e de dar cabeçadas na vida, pois, talvez, ela necessite até carmicamente dessa experiência para evoluir como ser humano. Além do mais, as pessoas têm o péssimo costume de julgar os outros pelas aparências e, muitas vezes, são vítimas de seus preconceitos e cometem grandes injustiças. É muito melhor fazer um ritual de proteção para que os Deuses orientem seus filhos no caminho certo, e deixar que eles vivam suas vidas com o mínimo de interferência. Quanto aos rituais de amor, uma pessoa nunca deve forçar outra a amá-la, e muito menos a casar com ela. O casamento de nossos sonhos pode se tornar um grande pesadelo. Muitas pessoas se casam através desses rituais de "amarração", para verem, depois de algum tempo, aquela paixão forçada se transformar em puro ódio. Correto seria pedir aos Deuses para que lhe mostrassem a pessoa certa para lhe fazer feliz e também ser feliz a seu lado, pois as pessoas que querem fazer feitiços de amor raramente parecem se preocupar com a felicidade do outro. Mas se a pessoa tem certeza de que é amada, e existem obstáculos ao bom relacionamento, um feitiço pode ser feito para afastar esses obstáculos. Sempre que terminar um feitiço, diga: QUE SEJA PARA O BEM DE TODOS. Confie na sabedoria dos Deuses, pois a visão deles é muito mais ampla que a nossa.

Agora sim, vamos às dicas de Amor e Sensualidade:

 Para ficar disponível para um amor novo e inesperado, faça um círculo com pétalas de várias flores no chão e sente-se dentro dele. Peça à Mãe Natureza que encontre a pessoa certa para você. Deixa a imaginação rolar. Recolha as pétalas e misture-as à água do seu banho, depois, é só aguardar.

 Um poderoso amuleto de fascinação amorosa foi recolhido da tradição árabe. Pegue um cílio do seu olho direito e pronuncie sobre ele o que você deseja (uma situação, nunca uma pessoa!). Envolva-o com um lenço virgem e carregue-o no bolso por uma semana. Isso aumentará o seu poder sedutor.

 Sempre existe uma pessoa para cada outra que caminha sobre a Terra, porém às vezes, este encontro demora mais a acontecer, talvez por capricho de um destino mais rigoroso. Para apressar este encontro, costuma-se carregar um quartzo rosa junto a um papel com uma pequena descrição de como queremos que seja esta pessoa. Esta é uma Magia que costuma dar certo quando feita com fé e determinação.

 Para atrair o amor para perto de você coloque um quartzo rosa em uma taça de vinho tinto, cubra com um lenço de seda. Durma com a taça a seu lado. Na manhã seguinte, retire a pedra e tome o vinho. Ele está imantado coma energia do amor.

 Algumas flores como açucena, rosa, verbena, miosótis, amor-perfeito e dama-da-noite têm a propriedade de aumentar nosso poder de sedução. Dizem as tradições mágicas que ao plantarmos qualquer uma dessas flores criamos um elo com sua "alma vegetal" que passa a nos auxiliar na arte da sedução.

 Para escrever uma carta de amor com efeitos realmente mágicos, adiciona em sua caneta-tinteiro essência de rosa ou verbena. Sua mensagem chegará perfumada e imantada com o poder dessas flores do amor. O efeito é inevitável.

 O jasmim é a flor do amor e da sensualidade. Dizem que quem faz um desejo de amor sentindo o aroma de um jasmim sempre terá seu desejo realizado.

 Sexta-feira é o dia consagrado à Afrodite, a Deusa do Amor e da Paixão. Por essa razão não há dia melhor para um encontro romântico ou qualquer encantamento de amor. Dizem que para ampliar mais ainda as energias amorosas deste dia é propício acender um incenso de rosas em homenagem à Deusa.

 O quartzo rosa, pedra consagrada à Vênus, pode ser usada para fortalecer seu poder de sedução. Guarde-o em um saquinho vermelho e perfume-o com incenso ou essência sempre que precisar.

 Uma antiga prática mágica com velas consiste em verter sua cera num copo com água. Pensa-se no futuro ou futura pretendente pingando-se a cera no copo sete vezes. De preferência, usa uma vela colorida. A cera vertida formará figuras que deverão ser interpretadas. É comum aparecerem letras, números e objetos.

 Retire o espinho de uma rosa e coloque dentro do vidro de seu perfume favorito. Esta simples e inusitada operação servirá para sua proteção afetiva. Não é novidade que o ciúme e a inveja alheia, algumas vezes atrapalham seu relacionamento. Proteger seus interesses de energias intrusas está de pleno acordo com as Leis da Natureza.

 Existe um antigo ritual mágico de reconciliação. Diante de uma situação mal resolvida com alguém e que você precise de ajuda para pedir perdão, coloque duas folhas de árvores diferentes em um mesmo envelope. Entre elas, uma folha de seda verde com seu pedido de desculpas anotado. Depois queime tudo em uma vela verde. O mundo mágico vai preparar os caminhos dessa reconciliação. Pode esperar.

 Esta é uma receita muito antiga dos povos do deserto. Escreva com tinta lavável um poema amoroso. Em seguida, lave o papel numa bacia. A água que se desprender (misturada à tinta) será usada como um perfume. Você pode usá-lo sempre que necessitar de um reforço amoroso.

 O amor-perfeito seco ou a rosa guardadas no seu livro de poesias preferido podem ser um dos mais poderosos talismãs amorosos. Tenha sempre um à sua cabeceira. E o amor estará sempre por perto, pois dizem que o amor se planta primeiro na alma, depois na terra.

Fontes:
http://www.magiawiccaonline.hpg.com.br
http://www.circulosagrado.com
http://www.misteriosantigos.com


ALMANAQUE WICCA 2011 - Guia de Magia e Espiritualidade
Autor(es): Pensamento, Editora
Assunto: Wicca
ISBN: 977.198.184.611-6
Idioma: Português
Tipo de Capa: Brochura
Edição: 7º ano - 10/2010
Número de Páginas: 160
 
 

Encantamento para as Bruxas Ancestrais


Bruxas Ancestrais, Bruxas das 13 Linhas originais;
Eu sou ( nome magico ou cósmico),
Vinde agora ao meu chamado!


Bruxa de Milenrama,
Volta tua vassoura
para…

Bruxa do Amor,
canta comigo os encantos
que enfeitiçam os seres.
Lança sobre eles a tua teia,
liberta o caminho de(nome) obstáculos.

Bruxa valente,
és a que chega para ajudar
a vencer as batalhas diárias;
faz com que…

Bruxa Justiceira,
Balança da Justiça,
sabes que é justo,
realiza teu vôo mágico,
e acende a luz que afasta os obstáculos
do caminho de …

Bruxa da Energia,
não haverá “NÃO”
que impeça……
pois a vida não pertence aos homens,
nem ás suas ideias.

Bruxa da Fortuna,
Feiticeira das Linhagens sagradas,
Conhecedora da Roda da Fortuna,
Pedimos tua ajuda em nossa necessidade
para que…

Bruxa Escudeira,
eleva teu Escudo
e trabalha com as Estrelas do Infinito
para que…
cortando a conexão com o mal.

Bruxa da Sabedoria,
para que nunca esqueçamos umas das outras,
junta as flores da Mãe,
e sopra-as ao Vento,
para realizar nosso desejo de….

Bruxa Guardiã,
deixa fluir o canal de Amor
que existe na vida de …
trazendo a paz e o sucesso aos nossos planos.

Bruxa mais Anciã,
tece o Feitiço da sabedoria,
encanta a nós Filhas da terra sem Sombras,
e concede a ….. a conquista
da realização dos seus planos,
abrindo-lhe os seus caminhos.

Bruxa da Encruzilhada,
protege … e torna-a(o) inalcançável
a tudo o que causa destruição e dano,
dança a melodia da Vida,
dizendo aos inimigos de …
“Tentem ferir, o risco é vosso!”

Assim como na Cozinha se transforma o Grão
e na Terra a Semente,
Assim como o Sol se põe e nasce,
Nossa Mãe Luminosa, assim Tu venhas
em nosso auxílio,
para transformar os obstáculos de …
em Vitória
para todas(os) nós,
Filhas e Filhos da Terra Amada.

Bruxa Donzela,
coloca a Semente do desejo de vitória de …
para que … realize tudo o que possa cumprir,
E faz esse deseja dar fruto.

No final de cada três pontinhos... faça um pedido!

BRUXAS



 
Chame-me Bruxa

Não lamente pelos seus mortos"- você diz.
Mas como eu posso não lamentar pela carne de minhas irmãs que você
dilacerou, pelo ódio nos cegos olhos que viu em nós?
Você ainda nos queima com suas palavras egoístas, fere nossos corações com insultos e injurias; você toma nossas crianças enquanto são incapazes de chorar, tudo porque nos seguimos o nosso caminho.
Nós não lançamos pedras para quebrar seus ossos, assim como o dogma que seguimos: "Não prejudique nada e ninguém", aprendendo os rumos de nossa terra; não pedimos nada, exceto seu sorriso, nunca mais chorarei lágrimas de sangue pela dor de minhas irmãs. E, assim que eu ando de mãos dadas com minhas irmãs e irmãos, olho para a Lua, como nossos ancestrais faziam; "Bem vinda, Deusa!", é o meu breve sussurro, agradecendo a generosidade de Gaia. Você brada: "Pagã! Blasfemadora!".
Eu não sussurro pergunta alguma, apenas anseio por compreensão. Você ilumina-se com saliva de ódio sobre os meus pensamentos, como uma tola, eu me curvo à subjugação do silencio; pois falar é alimentar o fogo.
Eu não vejo ódio, apenas amor movido por indiferença. Em minha crença não há demônio algum. Se eu tomar sua mão você me golpeará?
Me chamará de tola ou mentirosa se eu disser que me importo?

Você conseguiria enxergar meu coração?
Chame-me de boa, de má, mas por favor, me chame de Bruxa!"
Blessed be!  


BY SELENA


terça-feira, 2 de abril de 2013

FEITIÇO DAS ROSAS


FEITIÇO DA ROSA PARA MAIS OPORTUNIDADES NO AMOR




Pegue uma rosa branca e coloque dentro de um copo de água e acrescente uma pitada de sal e algumas gotas de essência de alfazema (no máximo 5 gotas).

Deixe este arranjo ate que todas as pétalas caiam naturalmente. Junte as pétalas com a água do copo em dois litros de água e tome banho da cabeça aos pés.

As pétalas depois, coloque-as num jardim ou num vaso.





FEITIÇO PARA SER CORRESPONDIDA/O NO AMOR




Numa sexta-feira de Lua Crescente, após as 21:00 horas, despetale uma rosa vermelha e escreva em cada pétala, com um espinho de rosa, o nome da pessoa amada.
Após isso, atire as pétalas em água corrente e espere o resultado




Nota:
Este feitiço é natural e se não prejudicar ninguém também não trará qualquer carma negativo de magia negra

Mulher , o caminho mágico





Perguntas que todos os seres humanos deveriam se fazer são :

Porque existe o machismo ?
Do que os homens tinham tanto medo para subjugar a mulher por tanto tempo ?
Por que mantê-las ignorante ?
Qual o papel da religião dos séculos passados nisso ?
Quem comandava essas religiões ?
Para poder se ter idéia do que é explicado nas entrelinhas aqui vão algumas partes de textos retirados do livro : "O poder da Bruxa” - Laurie Cabot
... "De acordo com algumas tradições , Merlin aprendeu suas artes com a Deusa, disfarçada de Dama do Lago, ou Viviane (Aquela que vive). Como Morgana, a Fada, ela foi convertida numa feiticeira perversa por autores cristãos, na esperança de desacreditar a crença céltica em Merlin...Os principais sacerdotes e sacerdotisas dos celtas eram os druidas. A palavra druida é derivada do grego dryad, um espírito da natureza ou ninfa do carvalho. O termo era também aplicado às sacerdotisas de Ártemis e a Deusa da Lua das Amazonas...As sacerdotisas druidas da Grã-Bretanha estavam divididas em três classes. A classe mais alta vivia em regime de celibato em conventos. Essas irmandades alimentavam as fogueiras sagradas da Deusa e foram assimiladas na era cristã como monjas. As outras duas classes podiam casar e viver nos templos ou com seus maridos e famílias. Eram servas e acolitas nos ritos sagrados da Deusa. Com o advento do cristianismo, foram chamadas de BRUXAS...Os Deuses solares tornaram-se os heróis e as Deusas da Terra e da Lua passaram a ser as vilãs, e muitas das velhas histórias foram rescritas e revista para refletir essa mudança de consciência. Em muitas delas a Deusa, ou o poder feminino, é identificada como uma serpente ou um dragão...Essas histórias persistiram mesmo em tempos cristãos, onde encontramos São Jorge matando o dragão na Inglaterra e São Patrício expulsando as serpentes da Irlanda... A mitologia sacra começou refletindo um dualismo que era provavelmente desconhecido em tempos neolíticos ou estava certamente relegado para um papel secundário no esquema das coisas. Sol e Céu opostos a terra e a Lua, a Luz oposta as Trevas, A vida oposta à Morte, o Masculino oposto ao Feminino. Antes todas as coisas eram parte da Grande Mãe...Não era uma questão de Bem contra o Mal. Cada coisas tinha aspectos positivos e negativos, todos eles ingredientes necessários na Grande Roda da Vida Criada...”

Fonte: http://bruxaguinevere.blogspot.com.br/2006/09/mulher-o-caminho-mgico.html 

Grande Mãe Brasileira- Mirella Faur


O Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas a cultuarem uma das manifestações da Grande Mãe como Iemanjá, a deusa ancestral das águas, Senhora do Mar. Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.

Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia 2 de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas – Navigium Isidi – dedicadas a Ísis, Deusa Mãe protetora dos viajantes e das embarcações.

Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo - ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba. Yemojá ou YéYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes”, era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin. Devido a guerras, os Egbá migraram e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.

Nesses países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.

Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia sagrada dos orixás, postulada pela Umbanda Esotérica, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.

Iemanjá é considerada pela Umbanda Esotérica como uma das sete Vibrações Originais, o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino. Portanto, Iemanjá personifica os atributos lunares e aquáticos da Grande Mãe, de padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe primeva que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.

No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.

Infelizmente, muito pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani. A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos payés.

Segundo o escritor umbandista W.W. da Matta e Silva e seus discípulos Rivas Neto e Itaoman, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá, da qual surgiu Nheengatu, a “lingua boa”, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas.

Com o passar do tempo, a raça vermelha entrou em decadência e, após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções. Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.

As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (às vezes chamado de Tupã) que se manifestava por intermédio de Guaracy (o Sol) e Yacy (a Lua) que, juntos, geraram Rudá (o amor) e, por extensão, a humanidade. O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.

Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol. Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente. Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal. Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e nativa americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que, para os tupi, a vida e a luz solar provinham de uma Mãe - Cy - que só mais tarde foi transformada em Pai.

Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza, das mulheres e das fêmeas.

Cy - ou Ci - representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.

Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas: Yacy, a Mãe Lua; Amanacy, a mãe da chuva; Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros; Iracy, a mãe do mel; Yara, a mãe da água; Yacyara, a mãe do luar; Yaucacy, a mãe do céu; Acima Ci, a mãe dos peixes; Ceiuci, a mãe das estrelas; Amanayara, a senhora da chuva; Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.

As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade - o que também em outras culturas simbolizava sua independência e autossuficiência. Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias numinosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.

A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual que, ao cessar “milagrosamente”, se transformava em um filho. Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o Pai assumiu um papel preponderante, o Filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade - como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem (como Chiucy).

Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas de suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.

Outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite. Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.

Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas e a violência contra a Natureza. Pouco conhecida, ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora. Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.

Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo. Em sua representação antropomórfica, ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias.

Em sua versão original, ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas. Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas. A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyja) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos. 

Quanto ao significado esotérico de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos para compreender sua simbologia feminina: Mura - mar, água; Yara - senhora, deusa; Kitã - flor. Podemos então interpretá-lo como “A deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”. Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy, era reverenciada pelas mulheres que usavam amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã. Esses preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã - vetado, portanto, aos homens.

Nas noites de Lua Cheia, as cunhãtay, devidamente preparadas, esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e, então, mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes magnéticos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões. Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos mbaracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, sendo deixado um pequeno orifício no centro. Em seguida, todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios. 

Esses amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul ou cor de azeitona e eram usados no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual e que podiam ser utilizados para prever o futuro, nas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã. 

No nível exotérico, profano, o muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou de felinos, talhado em pedra (nefrita, esteatita, jadeíta ou quartzito), bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos. Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, sendo chamados de “pedras verdes das Amazonas”. Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542.

Os relatos míticos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e a flecha para guerrear e caçar. Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem os pais de seus filhos, presenteando-os com muiraquitãs. Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais como objetos de troca com visitantes ou tribos vizinhas.

Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos. 

Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas. Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da criadora ancestral brasileira, Mãe da natureza e de tudo o que existe, existiu e sempre existirá.

Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam, ou seja, "que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia cósmica e telúrica da Sua Criação”.