quarta-feira, 25 de setembro de 2013

LUA, ÓH LUA....

magia da Lua Cheia

No silêncio da noite, na luz da Lua, transformo meus sonhos em realidade.
Medicine Wheel Chants.
Mirella Faur
Desde os primórdios da humanidade, quando a Lua era venerada como Deusa, magias eram realizadas debaixo da sua luz prateada. O curto período do plenilúnio – quando o poder lunar está no seu auge – é excelente para qualquer tipo de ritual ou prática mágica.
Em diversas tradições espirituais – antigas e modernas – um pré-requisito importante para rituais, ritos de passagem e cerimônias é a purificação. Esta etapa inicial tem um duplo efeito, além de retirar resíduos e impregnações negativas (pessoais ou do ambiente), ela prepara a mente subconsciente para as mudanças profundas que um ritual eficiente proporciona.
Uma forma simples de purificação é o uso da “água lunarizada”, ou seja, a água exposta aos raios da lua cheia durante algumas horas, dentro de um recipiente de prata ou de um pote de vidro contendo uma moeda ou pedaço de prata. A seguir conserva-se a água dentro de um receptáculo de vidro escuro ou envolto em papel pardo. Antes de usar a água para purificação, convém energizá-la impondo as mãos sobre ela, “riscando” algum símbolo mágico ou rúnico sobre sua superfície e mentalizando sua impregnação com o poder pessoal. A água assim magnetizada poderá ser usada como banho (acrescentando uma infusão de plantas lunares), em rituais, sobre o altar ou para abençoar-se. A bênção pode ser feita tocando os chácras, alguns pontos específicos como: testa, meio do esterno e ventre (bênção tríplice), testa, mãos e pés (bênção quíntupla), ou em forma de pentagrama, tocando a testa, seio esquerdo, ombro direito, ombro esquerdo, seio direito e novamente a testa. No final toma-se um gole da água e pronuncia-se uma oração simples, invocando a luz, proteção e bênção de uma deusa lunar (Arianrhod, Aradia, Ártemis, Chang-O, Coatlicue, Hathor, Hina, Ísis, Ix Chel, Mama Quilla, Selene, entre outros arquétipos). Depois da purificação a água estará pronta para o ritual ou prática mágica, de acordo com o objetivo previamente escolhido.
Nunca é demais lembrar algumas precauções a respeito do uso da magia, que implica na manipulação de forças naturais; mesmo sem serem explicadas ou compreendidas pela ciência, estas forças atuam de forma sutil e eficiente. A definição mais antiga e simples da magia seria: ”tentar mudar as forças e circunstâncias que conduzem ou definem nossa vida”. Os desejos dos nossos ancestrais continuam sendo os mesmos nossos, basicamente proteção, saúde, amor, prosperidade, segurança. A força que determina o sucesso de um encantamento é o nosso poder inato, associado aos elementos da natureza (ervas, pedras, resinas, conchas, sementes), objetos mágicos (bastão, punhal, cálice, caldeirão), a símbolos gravados ou riscados, palavras, gestos e sons, que atuam como catalisadores e pontos de concentração para o alinhamento com as energias elementais, espirituais e para invocar os poderes divinos. Tudo o que existe começa como uma idéia ou forma-pensamento, divina, sobrenatural ou humana, que depois é direcionada pela mente e a vontade para manifestar-se no plano material. O sucesso de um encantamento depende dos seguintes fatores:
1. Desejo firme ou a necessidade premente para conseguir algo previamente definido.
2. Investimento emocional em querer a realização.
3. Conhecimento mágico indispensável para evitar erros.
4. Convicção e confiança na existência da forma sutil, plasmada no plano mental e astral.
5. Saber guardar silêncio.
Sem desejo e necessidade a imaginação não consegue movimentar a emoção para prover o encantamento. Sem conhecimento profundo é inútil seguir ”receitas” alheias. Sem a convicção no poder mental que pode conduzir as energias para sua manifestação material, não existe magia. Guardar silêncio preserva a energia, para que seja concentrada no objetivo e evita vibrações contrárias.
A matéria não pode ser criada, nem destruída, apenas mudada sua forma. Podemos criar padrões energéticos que atraem energias e as modelam na forma que queremos ou desejamos, não de forma instantânea, porém paulatinamente, assim como a tecelã cria aos poucos sua tessitura. Precisamos destas treze condições para tecer um encantamento:
1. Definir com exatidão o objetivo, um de cada vez.
2. Seguir a ética mágica, respeitar a lei de ação e reação e a lei tríplice.
3. Definir os elementos que serão usados.
4. Preparar cuidadosamente a mentalização e investir energia pessoal e emoção nas imagens, “vendo” a realização do objetivo, criando assim a mudança mental necessária.
5. Estudar e escolher os detalhes: fase da Lua, horário, local, objetos e elementos, altar para a focalização e irradiação da energia. Lembrar que o poder não reside neles, mas na mente e vontade do praticante.
6. Criar palavras de poder como: frase, canção, poema ou mantra pessoal.
7. Intuir a divindade regente e descobrir como se conectar a ela (por meio de símbolos, invocações, meditação, visualização, oferenda).
8. Seguir o roteiro mágico: purificação (do espaço, oficiantes e participantes), criar o círculo de proteção, pedir a presença e o auxílio dos guardiões, protetores, aliados, divindades.
9. Limpar e silenciar a mente e visualizar o objetivo, impregnando a imagem mental com energia emocional.
10. Ativar o poder pessoal e transferi-lo para os objetos mágicos (usando projeção mental, danças, canção, gestos, batidas de tambor, visualização, movimentos, elementos materiais, palavras de poder).
11. Criar e direcionar o “cone de poder” para o objetivo com gestos, sons, palavras, palmas, gritos, visualização.
12. ”Selar“ o encantamento com uma frase mágica (“que seja assim” ou ”está feito, feito, feito”) ou um mantra.
13. Agradecer às forças invocadas, direcionar o excesso de energia para a Terra, algum projeto ambiental ou espiritual, desfazer o círculo mágico, anotar as impressões e mensagens percebidas.
Até que o objetivo seja concretizado, a “magia” será continuada, com visualizações diárias que visem “ver” e “sentir” a manifestação - da intenção e da vontade - como uma realidade já existente. Este “arremate” final irá acrescentar mais energia e acelerar o processo de concretização, desde que o encantamento seja “para o bem de todos e do Todo”, sem prejudicar algo ou alguém.

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