sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O PODER DO BRUXO

As pessoas quando houvem que você é um Bruxo, elas pensam e deduzem que você é um ser supremo com todas as receitas, poções, magias e feitiços do mundo na sua cabeça, livro ou varinha de condão. Acho engraçado como as pessoas olham você com interesse quando você diz seguir uma determinada religião e outras com cara de espanto e pensando com qual diabo você fez um pacto.

Ser seguidor de uma religião não convencional está sendo de grande procura por todos que buscam "algo" para a sua vida. Todos ficam sintonizados, lendo revistinhas de "Wichcraft", Seriados, ou buscando sacerdotes e/ou sacerdotisas que lhe ensinem um caminho a seguir, com suas receitas de bolos para solucionar todos os problemas da sua vida.

Vou ser sincero, se você busca uma solução para todos os seus problemas e um atalho para a felicidade, esse caminho provavelmente não é o da Bruxaria Tradicional. Não ensinamos os atalhos para o qual cada um deve seguir, nem mostramos seus animais guardiões para seres expostos como bichinhos de estimação e nem saímos em praça pública com atames e "parafernalha" pendurada pelo pescoço para dizer que somos diferentes e possuímos poder.

O caminho de um Bruxo é o de se auto-descobrir todos os dias, buscar na reflexão qual o sentido de sua jornada, lutar e enfrentar diariamente o seu maior inimigo, que é a si mesmo. O poder do Bruxo está no intuito de suas ações, buscando no caminho todo o conhecimento e sabedoria para sentar-se com os semelhantes na fogueira e compartilhar o conhecimento da batalha travada. Não buscamos títulos e reconhecimento da sociedade para nos verem como superiores, buscamos apenas o respeito de nossos semelhantes para seguirmos nosso caminho em paz e em Awen.

Para quem pretende seguir um caminho de conhecimento, sabedoria e êxtase, tem que aprender a dar valor a sua conduta. Aprender a ter humildade para reconhecer sua ignorância perante os acontecimentos, lealdade para com os amigos e honestidade consigo mesmo. Reconhecer suas fraquezas e medos, mas não deixar que ele os domine, mas buscar neles as forças necessária para ter coragem e força para seguir com a proteção dos Deuses.

Saber quem você é, qual a sua origem e valorizar seu sangue (ancestrais) é fundamental para entender como você age e se relaciona com o mundo. Vejo muitos dizendo que são bruxos e mau conseguem conversar com a sua mãe, acreditam que ser rebeldes com roupas pretas os diferenciam e dá poder para agirem da forma que desejam sem responsabilidade alguma, fazendo "feiticinhos" e unguentos que resolvam seus problemas amorosos, financeiros e familiares. Vou contar um segredinho, você é responsável por suas ações, suas derrotas e vitórias, só assim haverá crescimento, maturidade e aprendizado.
 

BRUXARIA TRADICIONAL: Esclarecendo o Halloween



Como é comum a cada ano com a chegada do final de outubro, os lojistas abrem as portas para a comercialização de fantasias, doces e artefatos, pois afinal das contas é o famoso Dia das Bruxas, a tão comemorada festa de Halloween!

Halloween é uma festividade, tal como o carnaval, portanto são comemorações populares e não ritualísticas religiosas e assim não deveria ser um assunto tão batido e divulgado excessivamente por movimentos religiosos. Temos visto estórias místicas sobre a festividade tal como uma campanha fervorosa por fundamentalistas cristãos ao ponto de inventarem um "senhor da morte", "práticas de sacrifício" e "necromancia" (do Grego: "morte" <necro> e "adivinhação” <mancia>).


 
O Conselho de Bruxaria Tradicional vem novamente à esclarecer e ajudar as crianças a se divertirem e a comerem os seus docinhos!

A primeira pergunta é: De onde surge o Halloween?
- Essa é fácil, vem dos EUA!

E o que significa a palavra Halloween?
- Essa palavra é de origem inglesa e não tem nenhuma correspondência com as línguas celtas, ao qual significa originalmente "All Hallows' Even"(Noite de Todos os Santos), a véspera do Dia de Todos os Santos (All Hallows' Day). A abreviação da frase "All Hallows' Even" passou a "Hallowe'en", e mais tarde ao que conhecemos por "Halloween".

Portanto o Halloween é uma festa popular cristã na Noite de Todos os Santos, o dia em que os católicos homenageiam todos os santos.
Conforme as tradições judaica e cristã consideram os dias sagrados do pôr do sol de um dia até o pôr do sol do dia seguinte, o costume se propagou até os dias de hoje conforme a algumas celebrações tal como a véspera de Natal, de Ano Novo, etc.


Halloween, o Dia das Bruxas (?).
Já que é uma festa típica com referência aos Santos qual o motivo da ligação com fantasias e bruxas?
O EUA é um país que recebe muitos imigrantes, porém no século dezoito houve um grande volume de imigrantes da Irlanda e Escócia trazendo assim seus costumes e lendas, lembrando que já nesta época estes povos já eram cristãos, contudo por ser um povo muito festivo e de forte nacionalismo, transformaram esse momento em uma festividade onde as crianças se fantasiam e pedem doces nas casas. Como a figura da bruxa faz parte do imaginário popular ela foi tomando lugar de destaque e diante do movimento de folcloristas criaram um link de festividade com o mágico e os ancestrais europeus, no caso da Irlanda e Escócia eram os Celtas.

Halloween e os Celtas (?).

Os celtas comemoravam o festival de Samhaim na data aproximada, porém, conforme os estudos que temos, esse momento era como o Ano Novo, onde até hoje temos uma frase bem comum que diz “Feliz Ano Novo, Adeus Ano velho”, ou seja, a morte do ano velho, as preces para o fim do inverno, o culto aos ancestrais, como podem perceber... nada de doces, fantasias ou travessuras!

Concluindo, não existe ligação religiosa, existe sim uma menção popular de base folclórica, separada por séculos de existência dos antigos cultos pagãos com as festividades lúdicas contemporâneas.

Devemos esclarecer também que as bruxas não são exclusivamente celtas, a bruxaria é uma religiosidade da era Antiga na Europa, devemos lembrar que muito da religiosidade pagã foi absorvida posteriormente pela Igreja Católica como ainda fazia parte das crenças populares mesmo que devotas do cristianismo, tal como simbologias como o culto as divindades/ santos, aos ancestrais/ mortos e assim por diante.

Então é necessário mais conhecimento sobre a história dos povos e a origem folclórica, pois existem algumas visões conturbadas sobre as sociedades antigas e seus costumes em comparação aos nossos hábitos atuais, bem como a insensibilidade para tratar de assuntos de religiosidade que fatalmente irão a favor da intolerância religiosa.

Cordialmente

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

INSTRUMENTOS

Embora pouco usado para manipular coisas físicas, estes implementos primários são chamados de instrumentos de feitiçaria. Jamais são utilizados para ferir seres vivos, declaram os iniciados, e muito menos para matar. Os bruxos dizem que eles estão presentes em rituais inofensivos e até benéficos, cerimônias desempenhadas ara efetuar mudanças psíquicas ou espirituais. Recipientes como a taça e o caldeirão simbolizam a Deusa e servem para captar e transformar a energia. Os instrumentos longos e fálicos - o athame, a espada, o cajado e a varinha - naturalmente representam o Deus; são brandidos para dirigir e cortar enegias. Para cortar alimentos durante os rituais, os feiticeiros utilizam uma faca simples e afiada com um cabo branco que a diferencia do athame.
Tradicionalmente, os bruxos preferem encontrar ou fabricar seus próprios instrumentos, que sempre consagram antes de utilizar em trabalhos mágicos. A maioria dos iniciados reserva seus instrumentos estritamente para uso ritual; alguns dizem que os instrumentos não são essenciais, mas ajudam a aumentar a concentração.
A Vassoura
A Vassoura
A imagem tão familiar hoje em dia de uma bruxa atravessando os céus noturnos montada em uma vassoura fez sua primeira aparição pública no século XV, no manuscrito Lê Champion des Dames (O Campeão das Damas) do escritor suíço Martin Le Franc. Porém, as conotações mágicas das vassouras são muito mais antigas do que as descritas por Martin Le Franc.
Há muito as vassouras têm sido associadas à magia feminina e a mulheres poderosas. Diga-se de passagem, transformaram-se no equivalente feminino do cajado usado por Moisés para abrir o mar vermelho.
As Sagradas Parteiras da Roma Antiga varriam as soleiras das casas das mulheres grávidas, acreditando que assim espantariam os maus espíritos, protegendo as mães e os seus bebês.
Desde essa época, as vassouras tinham seu poder simbólico para questões mundanas e grandiosas. Em algumas regiões da Inglaterra, até bem recentemente, as mulheres deixavam suas vassouras do lado de fora ao ausentar-se de casa.
No País de Gales e entre os ciganos, a tradição determinava que, para selar os casamentos, os noivos deviam pular uma vassoura colocada na entrada da nova casa (Na Wicca, a vassoura faz parte da cerimônia de casamento, chamada Pacto).
Símbolo do lar, da Deusa e do Deus, a vassoura é um dos instrumentos favoritos dos iniciados usados para a limpeza psíquica do espaço do ritual antes, durante e após os trabalhos mágicos.
Como símbolo de um passado pagão, a vassoura despertou hostilidade entre os cristãos caçadores de bruxas. Mas, contrariando a crença popular, poucas das confissões forjadas durante os julgamentos às bruxas mencionavam vassouras.
Embora os acusadores costumassem enfiar idéias nas cabeças de suas vítimas, não era comumente adotada nos Tribunais, a imagem da vassoura voadora. Porém, este conceito permanece e, é até os dias de hoje um ícone inseparável da bruxa.
Caldeirão
O Caldeirão
O caldeirão é o instrumento da Bruxa por excelência. Um antigo recipiente culinário, imbuído em mistério e tradição mágica. O caldeirão é o recipiente no qual ocorrem as transformações mágicas; tem um significado muito especial. É o símbolo máximo da Deusa, é seu útero, sua essência de feminilidade manifestada e sua fertilidade. Está relacionado com o elemento Água e se situa ao centro do Círculo Mágico e do Altar.
É também um símbolo da reencarnação, da imortalidade e da inspiração. As lendas Celtas acerca do caldeirão de Cerridwen tiveram grande impacto na Wicca contemporânea. O caldeirão é geralmente um ponto central dos rituais.
A Taça - O Cálice
A Taça "O Cálice"
A taça é o símbolo da Deusa, do princípio feminino e de sua energia e relaciona-se ao elemento da Água, outro símbolo da Deusa. É usada nos Rituais e Sabás como recipiente para água ou vinho consagrada, estando ao Leste do Altar e do Círculo Mágico.
A Taça pode ser feita de vários materiais como, prata, bronze, ouro, barro, pedra-sabão, alabastro, cristal. Porém é recomendado que seja de prata.
Espada
A Espada
A espada, como o athame, desempenha o corte simbólico ou psíquico, especialmente quando é utilizada para desenhar um círculo mágico, isolando o espaço dentro dele.
Além de traçar círculos, exorciza o mal e as forças negativas. Também é tradicional que no cabo tenha símbolos mágicos.
Athame
O Athame
O athame é uma adaga, obrigatoriamente de cabo preto, usada em algumas linhas de bruxaria. Ele é utilizado para lançar o círculo mágico, para traçar emblemas mágicos no ar, para direcionar a energia e para controlar e banir espíritos.
As origens da palavra athame foram perdidas na história. Alguns dizem que possa ter vindo de 'A Chave de Salomão' que se refere à faca como arthana, enquanto outros afirmam que athame vem da palavra árabe al-adhamme ("letra de sangue"), que se refere a uma faca sagrada usada na tradição mourisca.
Em qualquer um dos casos, há manuscritos datados do século XI que abordam o uso de facas rituais na Magia. O uso de uma faca sagrada em ritos pagãos é bastante antigo. Há um desenho de um vaso grego datado de aproximadamente 200 a.c. que mostra duas bruxas nuas tentando invocar os poderes da Lua para a sua magia. Uma delas está segurando uma varinha e a outra segura uma pequena espada.
Bolline
Bolline - Faca de Cabo Branco
A faca de cabo branco (por vezes chamada de Bolline) é simplesmente uma faca prática, de trabalho, ao contrário da puramente ritualística faca mágica.
É utilizada para cortar galhos ou ervas sagradas, inscrever símbolos em velas ou na madeira, cera ou argila, e para cortar cordas a serem utilizadas em magia. Normalmente possui cabo branco para distingui-la da faca mágica.
O PentagramaO Pentagrama
O pentagrama consiste, normalmente, em uma peça plana de latão, ouro, prata, madeira, cera ou cerâmica, com alguns símbolos inscritos. O mais comum, e sem dúvida o único necessário, é o próprio pentagrama, a estrela de cinco pontas que vem sendo usado em magia há milênios.
Trata-se de um dos símbolos pagãos mais utilizados na magia cerimonial pois representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito, sendo considerado um talismã muito eficiente.
Nesta antiga arte, era geralmente usado como um instrumento de proteção, ou uma ferramenta para evocar espíritos. Cada ponta representa um elemento da natureza: ar, água, fogo, terra e a quinta ponta representa o espírito acima de todos os elementos, porém, quando usado invertido, significa "todos os elementos acima do espírito", é tido como o simbolo do deus egipcío baphomet nos dias atuais.
Pentagrama na astronomia
Baseados na antiga astronomia ptolomaica, que tentava manter a orbita dos outros planetas ao redor da Terra, astrônomos do passado criaram órbitas excêntricas para os planetas e isso fez com que a órbita de Venus desenhasse um pentagrama no espaço. Originalmente, o pentagrama não simboliza de jeito nenhum algum tipo de malefício. Ele é um símbolo muito poderoso e têm a ver com as forças ocultas.
O Livro das SombrasLivro das Sombras
O Livro das Sombras é um diário usado por praticantes de magia ritual para registrar rituais, feitiços, e seus resultados, bem como outras informações mágicas. Tanto praticantes individuais quanto covens mantêm esse tipo de Livro.
Em algumas Tradições Wiccanas (por exemplo a Gardneriana), o Livro das Sombras é um texto contendo os rituais, práticas e a sabedoria daquela Tradição. É normalmente copiado à mão pelo praticante, a partir da cópia de seu(sua) iniciador(a). O material da Tradição não pode ser mudado, apesar de que algumas adições possam ser feitas. Alguns Wiccanos mantêm ainda um Livro das Sombras pessoal, além daquele de sua Tradição.
O Bastão
O Bastão
O bastão é um dos instrumentos mais importantes. Tem sido utilizado há milhares de anos em ritos mágicos e religiosos. É um instrumento de invocação. A Deusa e o Deus podem ser chamados para assistirem ao ritual por meio de palavras e de um bastão erguido.
Também é por vezes utilizado para direcionar energia, para desenhar símbolos mágicos ou um círculo no solo, para indicar a direção de perigo quando perfeitamente equilibrado na palma da mão ou no braço de um Bruxo, ou mesmo para mexer um preparado em um caldeirão.
O bastão representa o elemento do Ar para alguns Wiccanos, e é sagrado para os Deuses. Há madeiras tradicionais para a confecção de um bastão, dentre elas o salgueiro, o sabugueiro, o carvalho, a macieira, o pessegueiro, a avelã e a cerejeira. Alguns Wiccanos a cortam com o comprimento da ponta de seu cotovelo até a extremidade de seu indicador, mas isto não é necessário. Qualquer peça relativamente reta de madeira pode ser utilizada.
Buril - É um ferro usado para gravar nomes sagrados, números, símbolos em punhais, espadas.
Prato de Sal - Simboliza o elemento terra e é usado para purificar.
Velas - Simboliza elemento fogo. A vela é o símbolo de seu pedido, pois quando ela vai se queimando leva o seu pedido para misturar ao elemento éter.

ENSINAMENTOS WICCANOS


“1. Somos da Antiga Tradição, daqueles que caminham com a Deusa e com o Deus e recebem seu amor.

2. Conserve o Sabbats e Esbats para melhorar suas habilidades, caso contrário, diminuirá sua conexão com a Deusa e com o Deus.

3. Mal nenhum. Esta é a antiga lei e ela não está aberta para interpretações ou mudanças.

4. Que não jorre ou caia sangue nos rituais; a Deusa e o Deus não precisam de sangue para que sejam adorados de maneira apropriada.

5. Aqueles da nossa Tradição são bons com todas as criaturas, no entanto, aqueles que têm pensamentos negativos e nos esgotam inteiramente, não são dignos de nossa perda de energia. A miséria é auto-imposta, assim sendo, também a alegria, portanto crie alegria e despreze a miséria e a infelicidade. E tudo isto com sua força interior. Não há mal algum.

6. Ensine somente aquilo que você sabe, dê o melhor de si, para aqueles estudantes que você escolheu, mas não passe conhecimento para aqueles que poderiam usar seus ensinamentos para destruir ou controlar. Além disso, ensine sem vangloriar-se, se lembre sempre: aquele que ensinar por vaidade conseguirá somente um pouco de orgulho por seu trabalho; mas aquele que ensinar por amor será envolvido pelos braços da Deusa e do Deus.

7. Sempre se lembre disso se você pretende estar dentro da Tradição, mantenha a Lei próxima a seu coração, pois é a natureza do Wicca manter a Lei.

8. Se a necessidade chegar, nenhuma lei poderá ser modificada ou descartada, e se novas leis forem escritas para substitui-las, contanto que estas novas leis não descaracterizem as antigas: não há mal algum.

9. Bençãos do Deus e da Deusa para todos. “


LEI WICCA

LEI TRIPLICE:
“TUDO O QUE FIZERES VOLTARÁ EM TRIPLO PARA TI!”



CONCELHO WICCA:
“FAÇA O QUE QUISER DESDE QUE NÃO FAÇA MAL A NADA NEM A NINGUÉM”

A religiao wicca baseia-se na Lei Triplice, lei essa que é aplicada tanto nos rituais mágicos, quanto no dia a dia, sendo pois um meio de vida da(o) bruxa(o) wicca.
A Lei Triplice ou a Lei de Três, é uma lei de reflexo, uma lei karmica de retribuição, que se aplica a qualquer acção, seja ela boa, seja ela má. Cada energia enviada regressa a quem a enviou (nesta mesma vida) com mais força, seja três vezes mais.
Assim se fizer um acto bom, que se traduz numa energia positiva, essa voltará para si mais dia menos dia. Se enviar uma energia negativa, essa energia, de igual forma fará seu percurso, e retornará ao enviante.
Tal lei em nada impede de exercer a magia, apesar de se entender que a magia por definição é o poder de alterar o estado natural das coisas. Você pode perfeitamente agir mágicamente no quotidiano, sem causar mal. A Lei triplice é uma noção ética da magia, é um limite moral, ainda que pessoal, ao lidar com os poderes mágicos: exercer a magia, viver a magia, fazer da magia o seu “way of life”, dentro de certos limites toleráveis. A intenção inicial, ao actuar mágicamente deverá então ser positiva e construtiva.
Outras regras wicca derivadas desta principal serão: “faça o que quiser, desde que para o bem”, “faça o que quiser desde que não cause mal a nada nem a ninguém”. Não existe um mal absoluto. Mas existem coisas indiscutivelmente ruins pelo senso comum: matar, privar de liberdade, causar danos físicos e emocionais a qualquer pessoa. Será a este tipo de “males” que a lei se refere.
Claudiney Pietro, no livro “Wicca – Ritos e Mistérios da bruxaria moderna”, diz que:  “Quando interferimos no livre arbítrio de uma pessoa estamos efetuando um acto negativo contra a pessoa e contra nós mesmos. Quando um Bruxo faz isso, está trabalhando com a Baixa Magia, e ele pagará caro, pois o Universo nos retribui tudo o que emitimos aos outros numa escala de 3.”
Claudiney afirma igualmente que os feitiços são parte integrante do núcleo operacional da Wicca. O feitiço é “um conjunto de técnicas e conhecimentos específicos que quando colocados em prática, enviam uma projeção mental ao Universo”...”Um feitiço age directamente com a natureza”... “Tudo na natureza é vivo e possui energias específicas acumuladas”...”quando canalizadas corretamente, passam à agir em benefício daqueles que sabem utilizá-las”.


Lei Triplice:
A Lei Wiccana respeita,
Perfeito amor, confiança perfeita.
Viva e deixa viver,
Dá o justo para assim receber.
Três vezes o círculo traça
E assim o mal afasta.
E para firmar bem o encanto
Entoa em verso ou em canto.
Olhos brandos, toque leve,
Fala pouco, muito ouve.
Pelo horário a crescente se levanta
E a Runa da Bruxa canta.
Pelo anti-horário a minguante vigia
E entoa a Runa Sombria.
Quando está nova a lua da Mãe,
Beija duas vezes Suas mãos.
Quando a lua ao topo chegar,
Teu coração se deixará levar.
Para o poderoso vento norte,
Tranca as portas e boa sorte.
Do sul o vento benfazejo,
Do amor te traz um beijo.
Quando vem do oeste o vento,
Vêm os espíritos sem alento.
E quando do leste ele soprar,
Novidades para comemorar.
Nove madeiras no caldeirão,
Queima com pressa e lentidão.
Mas a árvore anciã, venera,
Se queimares, o mal te espera.
Quando a Roda começa a girar
É hora do fogo de Beltane queimar.
Em Yule, acende tua tora,
O Deus de chifres reina agora.
A flor, a erva, a fruta boa,
É a Deusa que te abençoa.
Para onde a água correr,
Joga uma pedra para tudo ver.
Se precisas de algo com razão,
À cobiça alheia não dá atenção.
E a companhia do tolo, melhor evitar,
Ou arriscas a ele te igualar.
Encontra feliz e feliz despede,
Um bom momento não se mede.
Da Lei Tríplice lembre também,
Três vezes o mal, três vezes o bem.
Quando quer que o mal desponte,
Usa a estrela azul na fronte.
Cultiva no amor a sinceridade,
Para receber igual verdade.
Ou um resumo, se assim preferes estar:
faz o que tu queres,
Sem nenhum mal causar.


No livro “Guia Essencial da Bruxa Solitária”, Scott Cunningham indica algumas regras de como utilizar o seu poder mágico, sem ter o triplo retorno, ou seja, para não ser punido pelo mau uso do poder:

1. O Poder não deve ser usado para gerar danos, males ou para controlar os outros. (Se surgir necessidade para tais atos, o Poder deverá ser usado apenas para proteger a sua vida ou de outros);

2. O Poder só deve ser utilizado conforme as necessidades;

3. O Poder pode ser utilizado em seu benefício, desde que ao agir não prejudique ninguém;

4. Não é sábio aceitar dinheiro para utilizar o Poder, pois ele rapidamente controla o que o recebe. Não seja como os de outras religiões;

5. Não utilize o Poder por motivo de orgulho, pois isto desvaloriza os mistérios da Wicca e da magia;

6. Lembre-se sempre de que o Poder é um Dom sagrado da Deusa e do Deus, e não deve JAMAIS ser mal usado ou abusado.
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A RODA DO ANO

Ela traz as Flores na Primavera e sorri por entre os prados Quando é verão, com Sua voz suave, Ela conta nos copados Ela corta a cana e colhe o grão quando as folhas cobrem o chão E, no frio do inverno, Ela envolve a Terra com o Seu manto e proteção.
É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats celtas que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats, cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um pro-cesso de co-criação do mundo. Submeter-se à sua autoridade.

Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições cen-trados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodia-cais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondi-nas, Salamandras, Duendes e Fadas).

Os Rituais

O bruxo tem algumas obrigações, entre elas, comemorar as estações do ano, e os ciclos da Lua. As comemorações dos ciclos lunares são chamadas Esbats, e as celebrações do movi-mento da terra em volta do Sol - as estações - são chamados sabbaths. Os esbats são festeja-dos a cada primeira noite de Lua cheia e os Sabbaths são comemorados seguindo a Roda do Ano, que é marcada por oito datas:

Yule ou Solstício de Inverno - Representa o nascimento do Deus. É a noite mais escu-ra do ano, e marca o apogeu da escuridão na Terra. Por outro lado, é o primeiro dia de sua de-cadência, pois a Criança Sagrada, o Menino Sol nasce trazendo a Luz ao Planeta. Assim, também marca o retorno da força solar. Em Yule é tempo de celebrar o início de todas as coisas e deve-mos meditar sobre novos projetos, novos amores, nova vida. É celebrado a 21 de junho no Sul e 21 de Dezembro no Norte.

É desta data antiga que se originou o Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como Criança Prometida. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos da época do altar. Se qui-ser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.

Imbolc ou Candlemas - Imbolc vem para confirmar Yule. A Deusa retorna ao seu povo em Imbolc, novamente virgem, trazendo com ela novas esperanças, nova promessa de vida. O Deus agora já não é mais uma criança, e agora se apresenta como um belo jovem, que com o passar dos dias se fortifica. Em Imbolc devemos nos livrar de tudo o que é velho e desgastado para darmos lugar ao novo. É comemorado a 1 de agosto no Sul e 02 de Fevereiro no Norte.

Este Sabá é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Es-crita, da Metalurgia, das Artes marciais e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao redor do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa.

Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. O Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família do Co-ven. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da Saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.

Ostara ou Equinócio de Primavera - Em Ostara, comemoramos o primeiro dia de Primavera. Na natureza tudo desabrocha: a Deusa cobre a terra com um manto de fertilidade e, juntamente ao Deus, estimula todos os seres vivos a reprodução. O Deus, agora mais maduro está cada vez mais forte. É tempo de enfeitar o altar com flores e frutos da época. É comemora-da a 21 de setembro no Sul ou 21 de Março no Norte.

Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitado com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pinta-dos crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas. Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade. Os pedidos devem ser voltados à "fertilidade" em todas as áreas.

Beltane - É o período de em que o Deus torna-se sexualmente maduro. Agora, ele é um Homem que apaixona-se pela Deusa, que juntos fazem Amor pelos campos - A Sagrada União, que tudo fecunda. O Caldeirão deverá estar cheio d'água em Beltane, com flores boiando dentro. Também deve-se erguer um pau, tronco ou bambu e amarrar em sua extremidade mais alta fitas de várias cores. Cada um deve pegar uma ponta da fita, e todos devem girar enrolando-a. O bambu representa o fallus do Deus - seu órgão genital. Beltane é comemorado a 31 de Outubro no Sul ou 01 de Maio no Norte.

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada "Rainha de Maio". Em Beltane se comemora esse Amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes.

Uma das mais belas tradições de Beltane é o Maypole, ou Mastro de Fitas. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estives-sem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume em Wic-ca jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.

Litha ou Solstício de Verão - É comemorado a 21 de dezembro no Sul ou 21 de Ju-nho no Norte. Agora, toda a Terra encontra-se banhada pela Fertilidade da Deusa e do Deus. Este, está no auge de sua força, fazendo com que os dias sejam maiores do que as noites. De-vemos nos lembrar, porém, que se aproxima o momento dele começar a definhar. Em seu altar, coloque ervas solares e Girassóis, para representar a potência do Deus. Em Beltane, louvamos a Deusa em seu aspecto de Gaia, a Mãe Terra, e o Deus em seu aspecto de Deus Sol.

Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao pon-to máximo de seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu po-der mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e Saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a de-clinar. Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão.

Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do su-cesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte. Nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.

Lammas ou Lughnasadh - Celebrado a 2 de fevereiro no Sul ou 01 de Agosto no Nor-te. É o período da colheita, quando a Natureza mostra seus frutos. O Deus gradativamente en-fraquece, e a Deusa observa a queda de seu amante, sabendo que, dentro dela, ele vive como semente. Aos poucos as noites começam a ficar mais longas, devido ao enfraquecimento do Sol. No altar, devemos depositar ramos de trigo e espigas de milho. Na noite de Lammas, deve ser servido pães e bolos. É tempo de colher o resultado de nossas ações e de agradecer por dádivas alcançadas.

Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol. Na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.

O outro nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao cos-tume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jo-gados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida. O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.

Mabon ou Equinócio de Outono - Acontece a 21 de março no Sul ou 21 de Setembro no Norte. A colheita iniciada em Lammas agora atinge seu ponto máximo. Os dias e as noites são de igual duração, e o Deus prepara-se para partir à Terra da Juventude Eterna, onde irá descansar e recobrar suas forças. Esse fenecimento pode ser visto também na Natureza, que prepara-se para a chegada do Inverno. Nesse período, o altar deve conter folhas de plantas da estação, e alguns frutos. O Deus agora é louvado em seu aspecto de semente e a Grande Mãe em seu aspecto de Provedora.

No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no Amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a se-gunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primave-ra. O chão deve ser forrado com folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. Este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que preci-sam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Ante-passadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.

Samhain, Dia das Bruxas ou Halloween - Comemorado a 1 de maio no Sul ou 31 de Outubro no Norte, marca a ida do Deus ao Reino dos Mortos. É o ponto auge da Roda do Ano e é considerado o Ano Novo pagão. Nessa data a barreira entre os mundos está mais fraca, facili-tando assim, o contato com entes queridos que já se foram. Métodos Divinatórios devem ser praticados nessa noite e o altar deve conter folhas de cipreste, abóboras, velas negras e laran-jas. Em Samhain é tempo de reflexão: de olharmos para nossos atos e compreendermos o signi-ficado de nossas experiências. Apesar de ser a noite da partida do Deus, não deve ser encarado com tristeza - Ele ainda vive dentro da Deusa como seu filho: É a esperança, a promessa de luz, que se concretizará em Yule.

Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de Amor e harmonia. A noite do Samhain é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã. Deve-se fazer muita brincadeira com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza.

No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas dentro. Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "Sem Luz", pois, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse Amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.

A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jorna-da infinita de evolução.

Há muita divergência quanto à pronúncia da palavra, mas acredito que seja Sal-Uin (Sow-ween). Essa é a noite em que a barreira entre nosso mundo e o mundo dos espíritos fica mais fina. É quando o Deus Cornudo se sacrifica para se tornar a semente de seu próprio renas-cimento em Yule. É quando os pastores recolhem o gado e o povo esconde-se em casa, fugindo da época mais escura do inverno. A data marca o fim (e o início) do calendário Celta. É celebra-da pelos Cristãos como o Dia das Bruxas, o famoso Halloween (All hails eve). A noite de Samha-in ou Halloween se encontra no meio exato entre o Ano que se vai e o que vem pela frente, e é, portanto, uma data atemporal.

Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de “Bolos para os Mortos” es-peciais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.

Outro costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente, até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.

As Artes Divinatórias, como observação da bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de Samhain, são tradições Wiccans, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.

Comemorando o Samhain

Deposite sobre o altar maçãs, romãs, abóboras e outros frutos do fim do outono. Flores outonais como Madressilva e crisântemos também são indicados. Escreva num pedaço de papel um aspecto de sua vida do qual deseja livrar-se, um sentimento negativo ou um hábito ruim, doenças. O caldeirão deve estar presente no altar. Um pequeno prato com o símbolo da roda de oito aros também deve estar presente. Antes do ritual sente-se em silêncio e pense nos amigos e nas pessoas amadas que não mais estão entre nós. Não se desespere. Saiba que partiram para coisas melhores. Tenha firme em mente que o plano físico não é a realidade absoluta, e que a alma jamais morre.

Prepare o altar, acenda as velas e o incenso, crie o círculo. invoque a Deusa e o Deus. Erga uma das romãs e com sua recém lavada faca de cabo branco, perfure a casca da fruta. Remova diversas sementes e coloque-as no prato com o desenho da roda. erga seu bastão, volte-se para o altar e diga;

o Nesta noite de Samhain assinalo sua passagem,
o Ó rei Sol através do poente ruma à Terra da Juventude.
o Assinalo também a passagem de todos os que já partiram,
o E dos que irão posteriormente. Ó Graciosa Deusa,
o Eterna Mãe, que dá à Luz os caído,
o Ensina-me, a saber, que nos momentos de maior escuridão.
o Surge a mais intensa luz.

Prove as sementes de romã; parta-as com seus dentes e saboreie seu gosto agridoce. Olhe para o símbolo de oito aros no prato; a roda do ano o ciclo das estações o fim e o início de toda a criação. A venda um fogo dentro do caldeirão, uma vela serve. Sente-se diante dele, seguran-do o papel, observando suas chamas. Diga:

o Ó Sabia Lua,
o Deusa da noite estrelada,
o Criei este fogo dentro de seu caldeirão
o Para transformar o que me vem atormentando.
o Que as energias se revertam:
o Das trevas ,luz!
o Do mal, o bem!
o Da morte, o nascimento!

Ateie fogo ao papel com as chamas do caldeirão e jogue-o em seu interior. Enquanto quei-ma, saiba que o mal diminui, reduzindo-se e finalmente o abandonando ao ser consumido pelos fogos universais. Se quiser pode utilizar métodos para adivinhar o futuro e ver o passado. Tente regressar a vidas passada se quiser. Mas deixe os mortos em paz. Honre-os com suas memórias mas não os chame até você. Libere quaisquer dores e sentimentos de perda que possa sentir nas chamas do caldeirão. Trabalhos de magia, se necessários podem-se seguir. Celebre o ban-quete Simples. O círculo está desfeito.

Alimentos tradicionais

Maças, romãs,torta de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, beterrabas, nabos, milho, castanhas, gengibre, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.

Incensos

Maça, menta, noz-moscada e sálvia.


Cores das velas

Preta e laranja

Pedras preciosas

Todas as pedras negras, especialmente azeviche, obsidiana e ônix.

Anéis dos Desejos de Halloween

Vários dias antes do Halloween, faça três anéis de palha ou feno trançado. Pendure-os nos arbustos fora de sua janela e faça um desejo a cada anel enquanto o pendura. Após isso, não torne a olhar para os anéis até a noite de Halloween, ou seus desejos não serão realizados.

História do Dia das Bruxas

O Dia das Bruxas é anualmente celebrado. Mas como e quando este costume peculiar se originou? É, como alguma reivindicação, um tipo de adoração de demônio? Ou é isto só um ves-tígio inocente de alguma cerimônia pagã antiga? A palavra propriamente, "Dia das Bruxas," tem realmente suas origens na Igreja católica. Vem de uma corrupção contraída do dia 1 de novem-bro, "Todo o Dia de Buracos" (ou "Todo o Dia de Santos"), é um dia católico de observância em honra de santos. Mas, no século 5 DC, na Irlanda Céltica, o verão oficialmente se concluía em 31 de outubro. O feriado era Samhain chamado (semeie-en), o Ano novo Céltico.

Uma história diz isto: Naquele dia, todos aquele que houvesse morrido ao longo do ano anterior voltaria à procura de corpos vivos para possuí-los para o próximo ano. Acreditava-se ser seu para a vida após a morte, (Panati). Os celtas acreditaram em todas as leis de espaço e tem-po, o que permitia que o mundo dos espíritos se misturassem com o dos vivos, (Gahagan).

Naturalmente, o ainda vivos não queriam ser possuídos. Então na noite de 31 de outu-bro, os aldeões extinguiriam os fogos em suas casa. Eles iriam se vestir com fantasias e ruido-samente desfilavam em torno do bairro, sendo tão destrutivos quanto possível, a fim de assustar os que procuravam corpos para possuir, (Panati). Provavelmente, uma explicação melhor de por que os celtas extinguiram o fogo, era para não desencorajar possessão de espírito, mas de for-ma que todas as tribos Célticas pudessem reacender seus fogos de uma fonte comum, o Druidic era mantido em chamas no Meio da Irlanda, em Usinach, (Gahagan).

Os Romanos adotaram as práticas Célticas como suas próprias. Mas no primeiro século DC, eles abandonaram qualquer prática de sacrifício de humanos a favor de efígies em chamas.
Como convicção em possuir o espírito, a prática de vestir-se bem como fantasmas, e bruxas empreendia um papel mais cerimonial. O costume de Dia das Bruxas foi trazido para a América na 1840, por imigrantes irlandeses fugindo da escassez de comida do seu país. O costume de doce ou travessura não foi originado pelos celtas irlandeses, mas com um novo costume do sé-culo europeu chamado Souling. Em 2 de novembro, Dia de Todas as Almas, primeiros cristãos caminhavam de aldeia em aldeia pedindo "bolos de alma," pedaços quadrados compreendidos de pão com groselhas. Quanto mais bolos de alma os mendigos recebessem, quanto mais orações, eles prometiam dizer rezas em nome dos parentes mortos dos doadores. No momento, acredita-va-se que o morto permanecia no limbo por um tempo depois de morte, e aquela oração, até por estranhos, dava passagem de uma alma para céu.

Os da vela na abóbora provavelmente vem de folclore irlandês. Como o conto é infor-mado, um homem chamado Jack, que era notório como um bêbedo e malandro, enganara Satã ao subir uma árvore. Jack então esculpiu uma imagem de uma cruz no tronco da árvore, pren-dendo o diabo para cima a árvore. Jack fez um acordo com o diabo, se ele nunca mais o tentas-se novamente, ele o deixaria árvore abaixo. De acordo com o conto de povo, depois de Jack morrer, ele a entrada dele foi negada no Céu, por causa de seus modos de malvado, mas ele teve acesso também negado ao Inferno, porque ele enganou o diabo. Ao invés, o diabo deu a ele uma brasa única para iluminar sua passagem para a escuridão frígida. A brasa era colocada dentro de um nabo para manter por mais tempo.

Os nabos na Irlanda eram usados como seu "lanternas do Jack" originalmente. Mas quando os imigrantes vieram para a América, eles acharam que as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então os jack-e-Lanterna na América era em uma abóbora, iluminada com uma brasa.
Então, o Dia das Bruxas foi adotado como favorito "feriado" . Cresceu fora das cerimô-nias de celtas celebrando um ano novo, e fora de cerimônias de oração Medievais de Européias.

Um Conto de Samhain

Lyla sentou-se no chão e olhou para o céu claro, limpo e estrelado. O reflexo da Lua cheia na água fez Lyla pensar numa pérola. Redonda e branca... mas logo as crianças chegaram, e sentaram ao seu redor, interrompendo seus pensamentos. Sorrindo, Lyla olhou para cada uma deles.

- 'Comecemos? Vou contar para vocês a estória de como o Cornudo se sacrifica todos os anos para garantir força à Grande Mãe, para que esta possa vencer o frio do Inverno. Estão prontos?' As crianças acalmaram-se para ouvir Lyla.

- 'Não foi a muito tempo que aconteceu. O Sol sumia no Oeste, e as aves noturnas já deixavam seus ninhos, umas ameaçando cantar. Debaixo das árvores, correndo para suas tocas, os pequenos animais apressavam-se, fugindo do frio cortante que se faria presente em pouco tempo. Aquela era a época do Cornudo, e só as criaturas mais fortes sobreviveriam a inverno tão rigoroso. O Sol baixou, baixou, até que só se via uma fina linha de separação entre céu e Terra no horizonte, e tudo ficou avermelhado, com um ar mais mágico. E então, a luz se foi. A Lua estava crescente no céu, e um vento gelado começou a correr por entre os troncos secula-res das árvores. Ouve-se, agora, o som de uma flauta...som tão límpido e cristalino, que a su-perfície do lago, antes parada, tremulou ao som da melodia alegre.
Todos os animais da floresta pararam para ouvir o som da flauta, e mesmo as aves noturnas cessaram seu canto orgulhoso. E por entre as árvores, a flauta se fez ouvida em toda a floresta. E mais nada, além do som doce da flauta.

Atravessando o lago, um pouco depois do Grande Carvalho, estava a fonte de tal encan-tamento. Sentado numa pedra coberta de limo, balançando ao som da flauta de bambu, um ser robusto, com tronco e cabeça de homem, pernas cobertas de pêlo, cascos de cavalo e grandes chifres pontiagudos.

Observava a donzela que dançava ao som de sua música, logo à sua frente. Tinha longos cabelos claros, lisos, que escorriam até a altura da cintura. Os fios sedosos acompanhavam os movimentos da dança, pés habilidosos moviam-se descalços sobre a grama. A Deusa nunca havia estado tão bela quanto naquela noite.

Os dois brincavam nus, na noite fria da floresta, e alguns animais se juntavam ao redor da clareira. Cansada, a Donzela sentou-se, e olhando para o Cornudo, esperou que a música acabasse. Quando o Deus afastou a flauta de seus lábios, as figuras dos animais e da Donzela desapareceram ... meras lembranças. A Deusa agora recolhia-se grávida no Mundo Subterrâneo, guardada por seus familiares, pronta para dar à luz dentro de tão pouco tempo.

Era necessário que o Sol Novo nascesse. O Cornudo levantou-se com tristeza e cami-nhou até o lago, para observar seu reflexo. Já estava velho e fraco, mas ainda continha grande energia ... energia necessária para que a Deusa agüentasse o parto que se seguiria em menos de dois meses. Já não podia continuar a viver ... a Terra precisava de seu sangue, e o Sol Novo de sua energia.

Um grito ecoou em sua mente: a Deusa sofria. Aquele era o momento certo. O Cornudo olhou para os céus, e olhando para a mata, despediu-se de sua casa. Tambores rufaram quando Ele ergueu suas mãos e pronunciou as palavras secretas. Houve uma explosão, e Ele desapare-ceu.

Aqui, numa clareira nas montanhas, já distante da floresta, ouviam-se os tambores de guerra. Uma música rápida e repetitiva tornava o ar agressivo. Também com uma explosão, o cornudo surge no centro do círculo, um olhar decidido em seu rosto.

O Velho Cornudo tinha agora em suas mãos uma adaga ritual, e quando Ele a levantou apontada para seu peito os tambores cessaram. Cernunnos fechou os olhos, e o momento se fez silencioso... Aqueles segundos duraram milênios... O Cornudo levou a adaga a seu peito, e os tambores voltaram a tocar.

Quando a lâmina fria rasgou a carne do Deus, não houve um grito, sequer um sussurro de dor... Apenas o som do sangue derramando-se sobre a terra. O Cornudo ajoelhou-se, com calma em seu olhar. Com as próprias mãos, abriu a ferida para que os espíritos recolhessem o sangue.

Quando o círculo tornou-se silencioso novamente, e todos os espíritos partiram, o Deus deitou e virou-se para as estrelas, e esperou que a paz voltasse a reinar sobre a floresta. Ainda sentia o sangue escorrendo para fora de seu corpo, e regando o círculo sagrado em que repou-saria para sempre.

E do solo, ou talvez de lugares além das estrelas mais distantes, elevou-se um cântico, murmurado e pausado... Talvez fossem as pequenas criaturas do subsolo, ou ainda as estrelas, despedindo-se de seu Deus.

"Hoof and Horn, Hoof and Horn
All that Dies Shall be Reborn.
Corn and Grain, Corn and Grain
All that Falls Shall Rise Again."

O Cornudo morreu sorrindo, sabendo ser a semente de seu próprio renascimento. E Ele pode sentir sua energia retornando ao útero da Grande Mãe, que agora deixava de sofrer... Os espíritos, então, romperam a barreira entre os dois mundos, e caminharam por sobre a Terra, espalhando o sangue e a força do Deus, para que pudéssemos sobreviver através dos tempos difíceis que se aproximavam.'

Lyla limpou uma lágrima que escorria de seu rosto. As crianças ainda ouviam atentas.

'É por isso que os espíritos vêm ao nosso mundo nessa noite tão escura ... Eles trazem consigo um pouco do sangue do Deus Cornudo, que só renascerá no Solstício de Inverno. Tra-zem conselhos, proteção e promessas de que nos irão guiar durante todo o período escuro do ano. Devemos, portanto, saudar os espíritos, porque, sem eles, a semente do renascimento não seria espalhada.

Agora vão para a Casa Grande, vamos começar o ritual.'

Lyla deixou que as crianças corressem na frente em direção à Casa Grande. Parou no meio do caminho, e deixou que seus ouvidos escutassem os sons do além. E de algum lugar chegou aos ouvidos de Lyla um cântico... 'Hoof and Horn, Hoof and Horn...'

E Lyla caminhou para a Casa Grande.

Alguns bruxos ainda insistem em comemorar a Roda do Ano pelo hemisfério Norte. Isso, porém torna-se totalmente sem sentido, já que a Roda marca os ciclos da Natureza. Porém a escolha depende somente de você.