São muitos os seus nomes, Yemanjá, Nossa Senhora, Hathor,
Démeter, Ceres, Madona, Isis… A grande mãe recebe figurações há
milênios. Nas antigas sociedades, elas representavam o começo e o fim de
tudo, mas também a criação, transformação, nutrição, proteção.
Uma
das representações mais antigas talvez seja o vaso. O vaso teve um
papel muito importante na antiguidade, é tanto um atributo como um
símbolo da natureza feminina sagrada. Instrumento de trabalho daquelas
que iam buscar água, colher frutas e preparar a comida, também era
utilizado nos rituais sagrados e como urna funerária. O feminino está
associado à criação e o útero é o “sagrado recinto”. As características
essenciais do caráter feminino estão ligadas ao vaso, como símbolo da
transformação, a maternidade, talvez seja a mais visível.
Os seios também se destacam como elemento do
feminino, estando relacionados com o leite e à vaca. No Egito, há
milhares de anos, o mito de criação contava sobre uma grande enchente
primordial, na qual a vaca emergia como primeira criatura. Hathor, a
Grande Deusa-Mãe com cabeça de vaca, deusa da fertilidade, personificava
o amor, a alegria, a dança e a maternidade e, na versão de deusa
celeste Nut, impregna a terra com a sua chuva de leite e carrega o
deus-sol nas costas. Filha e esposa de Rá, o deus-sol, a deusa
auxiliava as mulheres nos partos, também estava associada a Ísis, quando
surge como a mãe de Hórus. Interessante lembrar que as quatro patas da
vaca celestial que representavam Nut ou Hathor aparecem como os pilares
sobre os quais o céu repousava, com as estrelas em sua barriga formando a
Via Láctea pela qual a barca solar de Rá, o Sol, navegava.
No mito grego, um jorro do leite da deusa Hera, a senhora do Olimpo, havia formado a Via Láctea.Mãe celeste, mãe terra, mãe criadora, mãe acolhedora, nutridora, talvez seja mesmo começo e fim de tudo.
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